sábado, 3 de setembro de 2011

INCOERÊNCIAS

A essência do ser
Acontece nas coisas indizíveis
Numa relação dicotômica
Que nos lembra Saussure
Mas o que fica na memória
São registros de momentos ímpares
Da trilha sonora da garganta
Da incompreensão de conceitos tolos
O barulho que cerca as vozes erradas
Interrompem a fala e transitam
No espaço onde jaz o abraço
Que enfeita a ausência dos gestos
E marcam a mente no que deveria ser dito
Então, as lacunas...
Então, o silêncio...
Então, o vazio...
O adeus que não foi dado...
O carinho não trocado...
A palavra não dita...
Correções que ficaram por fazer
Pensamentos que ficaram por dizer
Emoções que ficaram por viver
Assim, o braço estendido que encontra o vácuo
A mão estendida perdida no espaço...
Permanece sozinha em um convite mudo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

AUSÊNCIA TUA

Música neutra
Acordes loucos
Encontros sinistros
À madrugada
Teus olhos no escuro
Não dizem nada
Teus lábios no silêncio
Não dizem nada
Desespero...
Vejo um corpo no abismo
Vejo meu corpo no abismo
Teus olhos...
Teus olhos não me vêem
Mas o que eles vêem?
Meus ouvidos não ouvem nada
Meus lábios não sentem nada
E meu corpo cai
Cai...
Cai...
Leis da natureza
Leis da física
Leis da dor
Dor de não sentir
Dor de não ouvir
Dor de não ter
Apenas dor
Apenas ausência
Ausência tua...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ESPELHO

Olho no espelho
E busco teu reflexo
Refletido em outras noites
Minha pele
Ainda traz na memória
O toque de tuas mãos
Em cada canto deste quarto
Uma lembrança tua
As paredes por testemunhas
de nossas venturas
Espiãs de nossos prazeres
Confidentes de nossos gozos
Meu corpo marcado
Minha voz embargada
Meus olhos marejados
Almejam o passado
Olho no espelho
E busco...

terça-feira, 31 de março de 2009

TEXTO REFLEXIVO

Observamos que o homem ao longo de sua história sempre procurou criar objetos e sistemas de execução de tarefas que fizessem com que suas atividades fossem mais fáceis e rápidas de realizar. Assim desde que ele começou a controlar o fogo a vida humana mudou drasticamente.

As inovações tecnológicas vivenciadas na contemporaneidade nos afetam de tal modo que parecem que sempre estiveram ali para serem usadas, de repente nos percebemos sendo dependentes de aparelhos que até pouco tempo nem mesmo existiam.

Assim, as mudanças sociais, políticas e econômicas são visíveis por toda a parte do mundo e invenções como o avião, o telefone e a energia elétrica proporcionaram uma grande mudança na escrita da História da Humanidade, intensificaram e aceleraram o tráfego de pessoas e informações aproximando culturas e fronteiras, criando novas identidades.

A Internet veio para fazer tudo fluir com ainda mais facilidade e rapidez, nos possibilita acesso a bens culturais de diversos povos, é uma ferramenta de inclusão social, de ampliação de conhecimento e desenvolvimento pessoal. É extremamente importante que seja utilizada na educação como um recurso inesgotável de fontes de pesquisa e um amplo espaço para troca de experiências e compartilhamento de idéias.

As inovações tecnológicas são feitas pelo homem para o homem, a sociedade tal qual a conhecemos hoje é fruto de tudo que foi realizado até o presente, ignorar isso é menosprezar o trabalho de gênios que dedicaram sua vida para que a nossa fosse o que é. Devemos então, como responsáveis e guardiães desses bens da humanidade, ter o compromisso de usá-los de forma a fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Memórias

Pedaços de papel
Memórias de um passado
Poeiras de um tempo
Em que o sorriso era espontâneo

Cartas antigas
Saudades sentidas
Lembranças vertidas
Feito carrossel

Letras conhecidas
Bilhetes relidos
Ah! Se o corpo físico
Pudesse...
Acompanhar o espiritual
Não estaria aqui
Estaria aí.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

No ônibus lotado

Pessoas passam no ônibus lotado
E olham pela janela
A vida que passa
Mas que não sai do lugar
A dinâmica de tudo
É estática sempre
O movimento da vida
Acontece na mente
E engana os olhos
Daqueles que passam
Em ônibus lotado
Olhando a vida
Por apenas um lado.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um Ideal

A procura vã por conhecimento
Em passos curtos, lentos e pesados
Recai em um místico esquecimento
De sonhos, talvez, jamais realizados.

A corrida ávida sempre esquecida
O prêmio no canto, sujo e empoeirado,
Velho ideal em sua alma envelhecida
Sentimentos de um pobre desgraçado.

A incansável luta por um ideal
Transforma o olhar sobre o resto do mundo
Em algo terrivelmente tão banal

Banalidades que quando esquecidas
Tornam-se em cada íntimo profundo
Razão para permanecer em vida.